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Carência e relacionamentos amorosos

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Li essa frase nesta última semana que passou, e até a escrevi, de tão real que ela me pareceu.  A maioria de nós sonha em ter um relacionamento, mas, com grande frequência, fantasiamos o que é estar em um relacionamento. Focamos em todas as coisas boas que imaginamos de uma relação e acabamos com uma sensação de que não somos o suficiente, de que essa relação que queremos irá, de alguma forma, nos completar.  Então conhecemos alguém, e nos apegamos à essa possibilidade de que agora, finalmente, estaremos completos. Para nos mantermos com essa “completude” passamos a idealizar o outro. Ignoramos comportamentos e sinais que as pessoas vão nos dando, para não abrir mão daquele ideal que existe apenas em nossa cabeça.  A solução? Aprendermos que somos completos. Valorizarmos nossa realidade e nossas vidas, mesmo quando não estamos em um relacionamento. Lembrarmos que estar solteiro também traz suas vantagens. Dessa forma, talvez estejamos bem o suficiente para olhar o outro como ele é, em

"O olho vê somente o que a mente está preparada para compreender" - Henri Bergson

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  Recentemente, em uma conversa, ouvi a seguinte pergunta, que acho que todos nós já nos fizemos um dia (eu certamente já me fiz ela algumas vezes):  "Mas como foi que eu não percebi isso?"  Essa dúvida, pode nos colocar em duas situações distintas, e vale estar sempre atento para verificar em qual delas você está se colocando.  Se feita com aceitação do fato de que só conseguimos ver algo quando estamos prontos para isso, podemos compreender que não estávamos no nosso momento ainda, e buscar o entendimento sobre o que nos tapava a vista e nos fazia não perceber algo, que com alguma frequência, era percebido por muitos a nossa volta. Quando nessa posição, o resultado pode ser um aprendizado sobre o que devemos desenvolver e quais erros não repetir.  Se, por outro lado, nos perguntarmos isso de forma carregada de autocrítica e culpa, corremos o risco permanecermos numa posição de algozes de nós mesmos.  Então, ficamos carregando a raiva e a auto repreensão, e não conseguiremos

Depressão

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“ Há pouco tempo, voltei a um bosque em que brincara quando criança e vi um carvalho, enobrecido por cem anos, em cuja sombra eu costumava brincar com meu irmão. Em vinte anos, uma enorme trepadeira grudara-se a essa sólida árvore e quase a sufocara. Era difícil dizer onde a árvore terminava e a trepadeira começava. Esta enrolara-se tão completamente em torno da estrutura dos galhos da árvore que suas folhas, a distância, pareciam ser as folhas da árvore. Só de perto se podia ver como haviam sobrado poucos ramos vivos, e quão poucos e desesperados gravetos brotavam do carvalho. Tendo acabado de sair de uma grande depressão (…) tive empatia por aquela árvore. Minha depressão crescera sobre mim como aquela trepadeira dominara o carvalho. Fora uma coisa sugadora que se embrulhara a minha volta, feia e mais viva do que eu. Com vida própria, pouco a pouco asfixiara toda a minha vida” - (Andrew Solomon / Livro: O demônio do meio-dia) Falar sobre depressão é mais fácil por metáfor

Espelhos

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O auto-conhecimento é um processo constante. O espelho é, porém, um amigo cruel. O espelho te reflete sem disfarces. Não há fotoshop, não há jogos de luzes, não há como esconder aquelas partes indesejadas de si mesmo. Se está lá, o espelho nos mostra, e sem meias palavras, sem cuidado ou delicadeza, somos expostos a imagem totalmente desnuda de nós mesmos. Claro que isso vale para os espelhos físicos, também igualmente fiéis a realidade; mas como estou falando de auto-aprimoramento, e não de saúde, ginástica ou estética, deixemos estes de lado (por um momento apenas, pois voltarei à eles), e nos concentremos nos espelhos simbólicos. Um espelho simbólico pode ser tudo aquilo que nos reflita nos mesmos. Uma pessoa com os nossos mesmos hábitos irritantes, uma situação onde nosso eu mais verdadeiro nos seja exposto, um amigo que nos mostra como somos, um livro no qual nos vemos, um momento em que saímos de nós mesmos e nos olhamos "de fora". Qualquer situação que nos tir

Sexualidade na infância

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Falar de sexualidade e crianças é sempre delicado, em especial porque os pais não sabem bem como agir quando a criança, ainda muito nova, começa a demonstrar interesse pelo assunto. A sexualidade é parte inerente do ser humano, e, por isso, a curiosidade sexual também é um processo natural do desenvolvimento infantil. Desde o início da relação pais e bebê, os toques que   este recebe são fontes de geração de prazer, de forma que a sexualidade já é parte de nossas vidas desde o nascimento. Se antigamente esse era um assunto proibido, hoje, cada vez mais, os pequenos são expostos a situações erotizantes e com temática sexual. A TV, propagandas, coleguinhas acabam sendo fontes de informações, nem sempre corretas ou adequadas, fazendo com que seja ainda mais importante que os pais tratem o tema abertamente, possibilitando que a criança expresse suas dúvidas, curiosidades e angústias. As primeiras perguntas surgem muito cedo, em geral, junto com a retirada de fraldas e com a

Tristeza materna, depressão e outros quadros do pós-parto

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Você passou nove meses aguardando ansiosamente o nascimento do bebê. Preparou o quarto com carinho, organizou roupas e brinquedos, e, agora que o bebê nasceu tudo é só alegria, certo? Nem sempre... No puerpério (período pós-parto) a mulher está, por diversos motivos, mais sujeita a alterações de humor, inclusive psiquiátricas, que podem tornar este momento delicado e confuso, e, em alguns casos, atrapalhar inclusive o estabelecimento do vínculo mãe-bebê. Muitas mudanças ocorrem, para a mãe, após o nascimento do bebê. Mudanças biológicas, psicológicas e sociais. Após o parto, a mulher sofre uma abrupta queda nos níveis dos hormônios progesterona e estrogênio, o que, por si só, já é um motivo para alterações de humor; porém, além dos hormônios, existem também fatores psicológicos e sociais que tornam este um momento delicado. Quando estava grávida, a mãe teve meses para adaptar-se a essa nova situação. Possuía uma intensa relação com o bebê, que fazia parte dela mesma

Auto-estima

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Acontece com quase todo mundo... Você está bem e feliz, e alguma coisa acontece que faz com que você comece a questionar a si mesmo... Pode ser um projeto que não deu certo, um problema em um relacionamento, um feedback do chefe, um encontro com um ex... Diferentes situações podem disparar o botão da auto-depreciação... Por que isso acontece?? O que é essa tal de auto-estima? Vamos lá, como o nome diz, auto-estima é a capacidade de um indivíduo de gostar de si mesmo e aceitar-se. Essa capacidade influencia todos os aspectos da vida que levamos. Nossos relacionamentos, vida profissional, vida social, familiar... todos os aspectos de nossa existência sofrerão a influencia dessa coisinha chamada auto-estima... Mas como ela se forma? Podemos analisar algumas informações: - Se considerarmos uma visão voltada para a Psicanálise, fatores relacionados à gestação e primeira infância devem ser analisados. O desejo ou não da gestação por parte dos pais, a relação que foi se estabelecen