Auto-estima




Acontece com quase todo mundo... Você está bem e feliz, e alguma coisa acontece que faz com que você comece a questionar a si mesmo... Pode ser um projeto que não deu certo, um problema em um relacionamento, um feedback do chefe, um encontro com um ex... Diferentes situações podem disparar o botão da auto-depreciação...

Por que isso acontece?? O que é essa tal de auto-estima?

Vamos lá, como o nome diz, auto-estima é a capacidade de um indivíduo de gostar de si mesmo e aceitar-se. Essa capacidade influencia todos os aspectos da vida que levamos. Nossos relacionamentos, vida profissional, vida social, familiar... todos os aspectos de nossa existência sofrerão a influencia dessa coisinha chamada auto-estima... Mas como ela se forma? Podemos analisar algumas informações:

- Se considerarmos uma visão voltada para a Psicanálise, fatores relacionados à gestação e primeira infância devem ser analisados. O desejo ou não da gestação por parte dos pais, a relação que foi se estabelecendo entre feto e mãe, a formação do vincúlo mãe-bebê, a segurança que a mãe consegue passar ao bebê quando a relação de simbiose deles começa a mudar e ele tem que buscar seus próprios recursos de enfrentamento do mundo, o respeito da mãe à necessidade e capacidade do bebê de desenvolver-se de forma plena, a relação com os pais durante a primeira infância... Tudo isso será determinante para o bom desenvolvimento da personalidade do indíviduo e para sua auto-estima. Ao longo dos anos anos, outros acontecimentos reforçarão ou prejudicarão a auto-estima do indivíduo, porém suas primeiras experiências tem um papel fundamental em seu desenvolvimento e em sua capacidade de acreditar e confiar em si mesmo.

- Se considerarmos a Psicologia Cognitiva, os esquemas e crenças do indivíduo determinarão sua maneira de se ver, e também de ser e agir em determinadas situações. Estas crenças, mesmo sendo distorcidas e imprecisas, disparam no indivíduos os pensamentos que irão passar por suas cabeças. Quando estes pensamentos são construtivos e saudáveis, a pessoa acredita em seu potencial e na capacidade de superar adversidades, quando destrutivos, a pessoa desacredita em si mesma, e tem pensamentos que ressaltam suas incapacidades e riscos. Destes pensamentos resultam fortes sentimentos de incapacidade, insegurança, medo.

Fato é que a auto-estima está relacionada às crenças que temos, de maneira consciente ou incosciente, sobre nós mesmos, e, como vamos aprendendo sobre nós no contato com o outro, nossas experiências e o olhar do outro sobre nós tem um grande impacto em nossa auto-estima. Isso pode fazer com que, aos poucos busquemos a valorização e aceitação do outro, para que, através dessa aceitação, nos sintamos capazes e dignos de amor.

Além disso, desde pequenos somos cobrados a agir na busca de um modelo ideal de comportamento, na busca de uma perfeição que não existe, nem em nós, nem em ninguém a nossa volta. Somos incentivados à, nesta busca pela aceitação do outro, esconder nossos sentimentos, fazer a "coisa certa", agir da maneira adequada... e aos poucos vamos deixando nós mesmos de lado, e deixando, cada vez mais, que o outro determine a nossa visão de nós mesmos.

Somos seres sociais, e o outro é uma parte importante de mim mesmo. O medo da solidão, do ostracismo, do abandono, pode nos levar a seguir modelos que não condizem com o que realmente somos, e esse ir contra nossa própria natureza tende, também, a ter consequências desastrosas para nossa auto-estima.

Cria-se dessa forma um sério problema para a manutenção da auto-estima. Pois, frequentemente, seguir nossos valores e sermos fiéis a nós mesmos é incompatível com agradar os outros e sermos aceitos por eles.

A auto-estima verdadeira vem de um processo de auto-conhecimento e auto-aceitação. Ao olhar-se como é, o indivíduo reconhece suas forças e fraquezas, e, quando consegue aceitar que não precisa ser nada além dele mesmo, e valorizar-se, encontra recursos para trabalhar suas fraquezas sem culpa e sem a cobrança para ser perfeito, mas apenas o impulso natural de tornar-se alguém a cada dia melhor.

Quando conseguimos gostar de nós mesmos e nos aceitarmos, encontramos a força para lidar melhor com a frustração de, de repente, não sermos aceitos em um determinado momento, ou mesmo em um determinado meio, com a certeza de que temos qualidades que nos permitirão sermos amados por outras pessoas, e deixamos de colocar o nosso bem estar completamente nas mãos dos outros, assumindo responsabilidade por nossa própria felicidade.

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